Anjo
Anjo
Agora, devagar ou de repente,
perdida, maltrapilha ou elegante,
pra todo sempre, só por um instante,
deserta ilha, lago, incontinenti.
Fúria contida, alucinada mente,
ainda casta, corrompida amante,
real, etérea, mesmo que inconstante,
lúcida ou feia, trêfega e demente.
Do Lago Sul, à beira da piscina,
ou de um quarto alugado em Taguatinga,
ela virá em sonho ou de verdade,
para dizer que a vida ainda é menina
a brindar, com um gole azul de pinga,
um tempo que se chama liberdade.
Reynaldo Jardim, poeta natural de São Paulo.
Faleceu ontem (1/2/2011), em Brasília.
Poema transcrito da antologia “Poemas para Brasília”, de Joanyr de Oliveira